Ex-Pacientes de Roger Abdelmassih, criaram pagina no Favebook para
procurar ex-médico. Três receberam telefonemas anônimos mandando parar
de 'mexer no caso'.
O ex- Médico Roger Abdelmassih, também é suspeito de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, além de crimes envolvendo a manipulação Genética irregular
Três mulheres, que foram pacientes de Roger Abdelmassih e acusaram o
ex-médico de tê-las estuprado em sua clínica em São Paulo há mais de
três anos, registraram boletim de ocorrência em julho deste ano na
Polícia Civil como vítimas de ameaças.
Elas relataram que passaram a receber telefonemas anônimos
ameaçadores depois que criaram uma página no Facebook para denunciar o
abuso sexual que alegam ter sofrido de Abdelmassih. As ligações se
intensificaram depois que as ex-pacientes começaram a investigar por
conta própria o paradeiro do ex-médico, foragido mais procurado do
estado. Na terça-feira, ele foi preso no Paraguai, onde estava escondido
desde 2011.
Todas têm até seis meses para fazerem uma representação de
queixa-crime na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde
apresentaram o caso, para que a polícia instaure um inquérito e
investigue os responsáveis pelas ameaças. Os nomes das mulheres não
foram divulgados.
“As ex-pacientes contaram que ligavam para elas pararem de denunciar
os estupros atribuídos a Abdelmassih”, disse nesta quinta-feira (21) a
delegada Celi Paulino Carlota. “Denunciaram ainda telefonemas anônimos
mandando elas pararem de mexer no caso e fuçar onde o ex-médico estava
escondido”.
Roger Abdelmassih sempre alegou inocência, condenado em 2010 a 278 anos de Prisão pelo Estupro de 37 Mulheres entre os anos de 1995 a 2008.
Caso as vítimas representem na DDM, a investigação irá pedir à
Justiça a quebra dos sigilos telefônicos dos números desconhecidos que
ligaram para as criadoras da página “Vítimas de Roger Abdelmassih e
Clínica” na internet.
Com a possível instauração de inquérito policial, existe a
possibilidade até mesmo de que Abelmassih seja ouvido para dar
esclarecimentos a respeito das ameaças telefônicas. “Uma coisa é certa:
as ameaças têm relação direta com o ex-médico”, afirmou a delegada, que
investiga Roger por mais 26 estupros e crimes envolvendo manipulação
genética irregular.
Em 2010, ele já havia sido condenado a 278 anos de prisão pelo
estupro de 37 mulheres entre 1995 a 2008. Roger sempre alegou inocência.
"Se eu cometi erro, lógico. Se não cometi, não", havia dito o
ex-médico na quarta-feira (20) aos jornalistas quando chegou preso em
São Paulo. Naquela ocasião ele respondeu a pergunta se estava
arrependido dos crimes de estupro.
Roger cumpre a pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São
Paulo. A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados de
defesa de Roger para comentar o assunto.
O ex-médico Roger Abdelmassih, preso na terça-feira (19) em Assunção,
no Paraguai, confirmou que usava disfarce durante o tempo que ficou no
Paraguai para que não fosse reconhecido. A revelação foi feita em
entrevista à Rádio Estadão, informa o Jornal da Globo. Ele foi trazido a
São Paulo nesta quarta-feira (20).
O ex-médico confirmou que no Paraguai usava disfarce para não ser
reconhecido. "Eu não saía de casa sem a peruca, então, e um óculos. Quer
dizer, eu ficava diferente do que eu era”, contou.
No começo da noite desta quarta-feira, Roger Abdelmassih chegou à
Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. De acordo com a
Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Abdelmassih deu entrada
no presídio às 18h45. "Ressaltamos que ele já esteve na mesma unidade
de agosto a dezembro de 2009", informa nota.
Chegada a SP
Quando saiu da delegacia em Foz do Iguaçu, no Paraná, Roger
Abdelmassih, respondeu se estava arrependido. “Se eu cometi erro,
lógico. Se não cometi, não”, declarou.
Antes das 15h, o avião da Polícia Federal aterrissou em São Paulo. No
saguão do Aeroporto de Congonhas, vítimas esperavam emocionadas.
“Borracha a gente não vai passar nunca nessa história, a gente vai ficar
sempre marcada, mas gente pede agora que a justiça seja feita”, disse a
empresária Ivanilde Serebrenic.
Com um colete à prova de balas e escoltado pelos policiais, o
ex-médico foi hostilizado durante todo o tempo. Depois de entrar no
país, Roger Abdelmassih foi entregue pela Polícia Federal à Polícia
Civil. E na delegacia do aeroporto foi registrado um boletim de
ocorrência de captura e o ex-médico passou por exame de corpo de delito
para oficializar sua prisão. Só no momento de colher as impressões
digitais, Roger Abdelmassih tirou as algemas.
Durante a conversa com os policiais, o ex-médico chorou ao ser
perguntado pela polícia se tem filhos, segundo o delegado Osvaldo Nico
Gonçalves.
'Bem-vindo ao inferno'
Além de anônimos, cinco representantes da associação de vítimas
aguardavam desde o começo da tarde a chegada do prisioneiro. "Vim dar
boas vindas ao inferno. Ele disse uma vez que ele era o Deus aqui na
terra. E agora para onde ele vai é o inferno. Ele não é Deus lá não",
disse Vanuzia Leite Lopes, criadora do grupo.
As vítimas e curiosos aguardaram perto da delegacia da Polícia Civil
em Congonhas. Um cordão de isolamento foi montado para deixar um
corredor livre para a passagem do preso. Algumas subiram em cadeiras
para ver a passagem do ex-médico e acompanhar a movimentação policial.
Abdelmassih chegou a São Paulo escoltado pela Polícia Federal desde
Foz do Iguaçu, no Paraná. Ainda por volta das 16h30, ele passava por
exame de corpo de delito por peritos do Instituto Médico Legal (IML) no
próprio aeroporto. Depois, seguirá para o presídio de Tremembé, no
interior do estado.